terça-feira, 16 de novembro de 2010

Os Mansos da Terra


Em Dezembro de 2010, dentro das atividades realizadas pelo Núcleo de Pesquisa doTeatro Experimental de Arte - TEA, estreiaremos e daremos início a 1ª temporada do espétaculo "OS MANSOS DA TERRA, sob a direção de Fábio Pascoal. Um trabalho apoaido pelo Microprojetos Mais Cultura. Um texto de Raimundo Alberto que relata uma estória tipicamente do Norte/Nordeste, tratando de assuntos tais como: pobreza, seca, conflitos familiares, amores e morte.

No processo de pesquisa e criação foram analisados diversos métodos físicos e psicológicos, para desenvolvimento de um trabalho teatral, no qual trouxesse o público para uma experiência sensitiva e surreal, dento do espaço cênico, seguindo indicações contadas na estória. Indicações essas que não foram seguidas ao pé da letra, pois coube ao trabalho do diretor, jutamente com o elenco, a liberdade de buscar a essência do que o autor quer expressar, e compor a partitura artística/teatral até levá-la ao público.
Realizaremos nos fins de semana do mês de dezembro de 2010, uma temporada, podendo assim analizar a receptividade dos espectadores, relacionada a nossa visão perante "Os Mansos da Terra".
Com a consciência de que o trabalho ainda está em processo de discursão, sendo assim o ofício do teatro, em março de 2011, retomaremos com as apresentações do espetáculo "Os Mansos da Terra'. Trazendo assim para a comunidade questionamentos explícitos do fazer Teatral.



Em breve maiores informações...


Núcleo de Pesquisa – TEA

domingo, 7 de novembro de 2010

os alienados

Os alienados não precisam pensar por não sentirem necessidade...
Simplesmente seguem o fluxo ridículo de serem ridiculamente ridicularizados numa sociedade contemporânea tão normativamente normatizada pelas modas combinadas de cores que acendem apenas o vazio da alma.
(...)
Estou desejando ser alienada hoje!
Vestida com um nariz vermelho me faria serpente em meio ao público e destilaria venenos de espelhos modernos ambulantes.

(22 de Outubro de 2010 na estação Metrô - Recife)



A caminho de Caruaru me visto de palhaça e revelo as dores e cores de minhas lágrimas apagadas pela ausência de um labor por ora saudoso, e no mesmo instante acendem-se velas abaixo das rodas do ônibus que me conduz ao caminho do lugar onde se vai para ver...

Ao Grupo do Núcleo de Pesquisa do Ponto de Cultura do TEA!
Paula Fernanda Fonsêca em 07 de Novembro de 2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010



LUGAR DE CRIANÇA É NA RUA



"Veja o trabalho desse ex-professor
universitário que faz debaixo
de um pé de manga uma sala de aula"

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

22º FETEAG - Caruaru /PE


Já está no ar o blog de divulgação da 22ª edição do FETEAG - Festival de Teatro do Agreste.

O evento acontece de 21 a 30 de outubro de 2010.

confiram: FETEAG 2010


abraço a todos!

"quem conta um conto ganha um ponto."





imagens de apresentação de contação de estórias durante semana de comemoração de um ano de Ponto de Cultura do TEA - Teatro Experimental de Arte.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Metamorfose no Rio

A METAMORFOSE, uma adaptação do conto homônimo de Franz Kafka, com montagem do Núcleo de Pesquisa do Ponto de Cultura do Teatro Experimental de Arte – TEA/Caruaru e dirigida por Fabio Pascoal, estará participando do XVII Festival de Teatro do Rio, festival que acontece de 14 a 23 de setembro na Casa de Cultura Laura Alvim.

Foram sete grupos teatrais os selecionados pela comissão formada Ivan Sugahara e Guida Vianna, entre 100 inscritos para apresentar seus espetáculos na capital carioca. O Festival é uma realização do Centro Cultural da Universidade Veiga de Almeida, e homenageia este ano a atriz Marieta Severo e premiará os melhores classificados em 11 categorias.

O Festival de Teatro do Rio cresce a cada ano, e com ele, o público que acompanha o evento – até a última edição mais de 100 companhias de teatro e 30 mil espectadores prestigiaram o festival. Aberto ao público, o evento oferece um panorama do que há de melhor no teatro brasileiro.

Além de ser o único evento do gênero realizado há 17 anos consecutivos, também é referência para diretores, coordenadores artísticos e produtores de teatro de todo o país, que vêm assistir ao Festival em busca de novidades e participar dos debates e oficinas que acontecem durante os dez dias de programação.

O Festival de Teatro do Rio prestigia os novos talentos selecionados e homenageia importantes nomes da dramaturgia brasileira promovendo assim, um importante diálogo entre gerações de artistas e a valorização do teatro nacional.

domingo, 22 de agosto de 2010

Teorias e sensações

Abro a porta:
Crianças de um lado...teorias de outro.

Como posso eu fechar os olhos para os meus sentidos e dar ouvidos a ciência?
Como, se o momento da aula me afoga de sensações?

Ser atriz, me ensina a sentir...a mim e ao outro.

Tenho sentido os meus alunos.
E tenho estimulado que se toquem - na alma.
As sensações possibilitam contato, possibilitam vivências.
Das vivências nascem as nossas verdades, nossos valores.

Alunos...quietos...impulsivos...intensos...

Todos, no mesmo momento, despertando para a vida, desafiando o mundo com vigor.
Desafiando a mim e aos meus sentidos.
Desafinando as teorias...

De que elas me servem diante de tanta vivacidade?

Ser atriz, me ensina a improvisar...por mim e para o outro.

Por eles, tenho me aventurado na improvisação de técnicas para tornar a aula produtiva.
Resultados lentos... mas significantes.

Fecho a porta:
Sensações por todos os lados.


Julliana Soares

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O sopro dá vida


Condensar o ar que Reeeeespiramos,(R)EXxxxxxxxpiramos,(Res)Piramos!
ResPirar é vida! ExPirar é vida!
Comumente ouvimos falar no “sopro da vida” como algo fora de nós, como algo que nos é dado. Mas o que seria o sopro da vida???
Convido você a descobrir que o sopro dá vida!
Carregada com bexigas em minha mochila e com a cabeça cheia de idéias coloridas...Foi assim que viajei!
Cheguei ao meu destino e parecia que já estava em “nossos destinos” àquela experiência. A tela cheia de colagens de imagens que se compunha numa sucessão de cenas ininterruptas, encheu ainda mais os meus pulmões!Se trata do filme “O mundo secreto de Coraline”.
Entre o vazio (espaço no qual acredito ser possível todas as coisas) e um punhado de palavras...um palco!
Iniciamos por adentrar um túnel que dava acesso a inúmeras coisas e caminhos. CORaline já havia nos dado a dica de como fazer. Sentados e com os olhos fechados, era nossa vez de fazer a colagem das imagens... Um filme se passava em nossa cabeça. Flutuamos no ar, e no chão, à nossa frente, bexigas vazias esperavam pelo nosso sopro!Ingressamos em nossos sentimentos e lembranças. Uns pesados, outros pesados e que incomodavam.


[...O mais pesado dos fardos é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da realização vital mais intensa. Quanto mais pesado é o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais real e verdadeira ela é. Em compensação, a ausência total de fardo leva os er humano a se tornar mais leve que o ar, leva-o a voar, a se distanciar da terra, do ser terrestre, a se tornar semi-real, e leva seus movimentos a ser tão livres como insignificantes – do Livro: A insustentável leveza do ser de Milan Kundera ]


No ritmo da vida, uma a uma fomos transformando o possível no real, uma realidade em outra... InsPiramos coragem e ExPiramos nos balões.

[...a decisão gravemente pesada está associada à voz do Destino; o peso, a necessidade e o valor são três noções intrinsecamente ligadas: só é grave aquilo que é necessário, só tem valor aquilo que pesa – do Livro: A insustentável leveza do ser de Milan Kundera]


Demos VIDA a algo que antes tinha apenas cor.
Trocamos sentimentos. Brincamos. Explodimos!
A um alguém foi lhe dado 1 ...e ela compartilhou-o com os outros enquanto a sua dor era varrida.
Ao fundo uma trilha nos acompanhava fielmente. Outros balões foram (as)soprados. Outros balões deram vida à vida.
Dançamos. Choramos. Sorrimos. Liberamos. E nos libertamos.

Nosso Eu foi massageado...

Abrimos nossos olhos e olhamos ao redor.
O que vivemos ainda estava ali (colo)Rindo para nós.
Contemplamos a imagem e nos despedimos agradecendo a nós mesmos e aos outros pelos sopros que nos deram vida.


Trechos em destaque, do livro: A insustentável leveza do ser – Milan Kundera
Filme: O mundo secreto de Coraline



Paula Fernanda Fonsêca
em 23 de Julho de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

JOGO



Jogar é exercer nosso estado de presença, no aqui e agora;
Jogar é dissolver nossos padrões de realidades e reconstri-los;
Jogar é nos colocar em contato;
Jogar é meditar;
Jogar é exercitar nossa liberdade;
Jogar é viver.


Fábio Pascoal

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sim!


A claridade do sistema as vezes me pertuba de uma forma inadequada, tentando atormentar meus dias e minhas noites de sono. Mas nada, nem ninguém vai deixar-me abalado para correr em busca do que almejo e do que prospero.
A qualidade da vida está na busca insensata de ser feliz e tornar as pessoas em volta embebedados de tremenda felicidade. Ame, grite, fale, cante, brinque, suje, limpe, dançe, chore, sorria! compartilhe!

Embriague-se de coisas boas e deixe se embebedar! a vida é hoje e poderá não ser amanhã! Dê um sim pro agora!

Seja você, acredite em você e deixe que as pessoas aprendam a lhe receber de braços abertos!

Torne o hoje intenso como único! Só assim o amanhã terá uma surpresa sempre a sua espera!


Paulo Henrique, 2010.

sábado, 24 de julho de 2010

"Pedem-se bis e um bis não se despreza!"

Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.

Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta ...

Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço...

E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.

Cruz e Sousa




*fotografias de improvisação de clown para os alunos. Nas fotos, os atores/arte-educadores, Julliana Soares e Paulo Henrique.





segunda-feira, 12 de julho de 2010

palavras-corpo

ausência










insegurança

Me utilizando e criando a partir da leitura de Viola Spolin, bem como leituras paralelas em Fenomenologia, trabalhos com o corpo, livros sobre teatro, tenho buscado me apropriar da importância do corpo no processo de descoberta de si e das possíveis construções/criações de personagens enquanto ator,no trabalho como grupo do núcleo de pesquisa do TEA. O corpo em sua maestria de Ser, tem composto o cenário do espontâneo, do (in)consciente enquanto consciente de dentro, interior, e se expressado congruentemente aos sentimentos.

Paula Fonsêca,2010.

o encontro das águas

Fazer parte do “mundo azul” do Arte e Metamorfoses tem me possibilitado experimentar a fusão e separação de várias cores num mesmo contexto e com mais 4 pessoas!
A idéia “azul” surgiu de um experimento de contação de histórias em um dos meus primeiros encontros com o grupo do Núcleo de Pesquisa do TEA. Começamos por narrar, por meio de nossas fantasias interiores a façanha de uma comunidade de pessoas diferentes cujo “fim” (ou melhor dizendo, o começo) se deu na metamorfose de tornarem-se azuis...

“e tudo ficou azul!”

foram palavras que finalizaram um encontro, e a partir de então têm dado início a uma série de elaborações conjuntas. A começar pela criação deste blog.

A experiência de facilitar vivências que produzam o autoconhecimento e a compreensão do processo de também ser facilitador/monitor por parte dos integrantes do grupo com os alunos de uma escola pública, tem me acrescentado a indescritível tarefa de ser psicóloga. Criando, preparando, metA(RTE)morfoseando intensa e intimamente os laboratórios com vivências teatrais, quinzenalmente aos sábados, tenho percebido o quanto o grupo tem crescido em maturidade pessoal e profissional.

A partir do que compreendo como experimental, as vivências teatrais têm apresentado desdobramentos no âmbito pessoal e contribuído para a construção de um novo modo do fazer psicológico no qual a arte está presente.
Experimental para mim é a possibilidade de desdobrar possibilidades existenciais em latência, de afirmar o vivido em sua intensidade primeira de expressão.
Paula Fonsêca

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dois+dois = se7e

No dia 21 de maio de 2010...
Planejei dois exercícios para serem feitos na aula e combinei com os alunos a sequencia deles: "Primeiro faremos um jogo mais tranquilo e depois um mais agitado".

O primeiro foi um jogo provocador de Viola Spolin: Exposição.
No teatro este exercício tem a finalidade de mostrar a importância de ter um foco, um objetivo na cena, para que o aluno/ator sinta-se seguro.
A turma estava agitada e barulhenta neste dia e perdemos muito tempo no primeiro jogo.
Decidi, então, que não faríamos o segundo, que todos estavam esperando anciosos.
Os alunos reclamaram, ficaram chateados...
Então perguntei o motivo que os levou a achar a aula chata e de quem seria a responsabilidade.
A turma chegou a conclusão de que não fizeram o segundo exercício que eles queriam, pela própria falta de disciplina.
Nas aulas seguintes observei uma mudança de comportamento, os alunos se cobram mais e realmente estão mais disciplinados e organizados.
O núcleo de pesquisa, antes do inicio do projeto, havia discutido que uma coisa dita muitas vezes torna-se inaudível. Compreendi que eu não precisava pedir constantemente por silêncio e disciplina, eles perceberam, na prática, a importância disso. A pedagoga e psicóloga Elizabeth Monteiro (2009) refere-se a esse assunto: " A obediência deve nascer da compreensão daquilo que (...) se exige e da qualidade do vínculo afetivo, nunca da imposição da autoridade ou do medo."
E ainda como já bem dizia Aristóteles, não há nada na idéia que antes não tenha passado pelos sentidos, pela experiência.
O teatro como instrumento pedagógico possibilita que o aluno aprenda na prática, antes de ser encharcado de teorias, regras e conceitos. A experiência possibilita a compreensão e a criticidade, elementos fundamentais no processo de aprendizagem.
Minha conclusão está no sentido de que na educação, assim como no teatro, "A ação substitui a falação"(SPOLIN, 2003) e de que o professor deve planejar sua aula, mas estar aberto ao que acontece no momento.
Estamos, realmente, tomados pelo pensamento objetivo e sistemático da ciência, mas o educador deve ter consciência de que o homem não se traduz em matemática. (FOUCAULT, 1999)

Julliana Soares

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"The Queen of Colors"
Espetáculo multimidia da companhia alemã Erfreuliches Theater Erfurt.
Com cinema, teatro e pintura ao mesmo tempo, de forma poética e cheia de fantasia, a peça é uma aventura repleta de idéias, onde tudo explode em cores, com músicos e artistas executando ao vivo a obra de arte.

A Metamorfose
Trabalho de abertura do "METAMORFOSES", projeto desenvolvido pelo Nucleo de Pesquisa/TEA, cujo objetivo esta voltado ao aprofundamento da pesquisa teatral.

Indicação de Filme:

NA NATUREZA SELVAGEM
Após concluir seu curso na Emory University, o brilhante aluno e atleta Christopher McCandless abre mão de tudo o que tem e poderia ter numa bela carreira. Doa todas as suas economias - cerca de US$24 mil - para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho, Christopher se depara com uma série de personagens que irão moldar sua vida para sempre.
Estreitar a visão é diminuir a propria vida, não percebendo toda beleza que existe ao nosso redor.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história.

Nossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Chimamanda Adichie conta a história de como ela encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos.



sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sugerimos: O Contador de Histórias



O Contador de Histórias, filme de Luiz Villaça baseado na vida do mineiro Roberto Carlos Ramos, é a história de como o afeto pode transformar a realidade. Caçula entre dez irmãos, Roberto desde cedo demonstra um talento especial para contar histórias, transformando, com a narrativa, suas próprias experiências de frustração em fábulas cativantes. Aos 6 anos, o menino cheio de imaginação é deixado pela mãe em uma entidade assistencial recém criada pelo governo. Ela acredita estar, assim, garantindo um futuro melhor para seu filho. A realidade na instituição é diferente do que se promovia pela propaganda na TV; e Roberto, aos poucos, perde a esperança. Aos treze anos, após incontáveis fugas, ele é classificado como ‘irrecuperável’, nas palavras da diretora da entidade. Contudo, para a pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), que vem ao Brasil para o desenvolvimento de uma pesquisa, Roberto representa um desafio. Determinada a fazer do menino o objeto de seu estudo, tenta se aproximar dele. O garoto em princípio reluta, mas, depois de uma experiência traumática, procura abrigo na casa de Margherit. O que surge entre os dois é uma relação de amizade e ternura, que porá em xeque a descrença de Roberto em seu futuro e desafiará Margherit a manter suas convicções. O Contador de Histórias foi rodado em Belo Horizonte, São Paulo, Paulinia e Portugal. A atriz franco -portuguesa Maria de Medeiros (Pulp Fiction[bb], Henry & June, Capitães de Abril) interpreta Margherit. Roberto Carlos é interpretado pelos atores Marco Ribeiro (6 anos), Paulinho Mendes (13 anos) e Clayton Santos (20 anos). Denise Fraga assina a produção com Francisco Ramalho Jr..



quarta-feira, 2 de junho de 2010

Alma

Curta de animação exibido para a garotada no primeiro dia de aula esse ano. Gerou vários pontos de vistas e assuntos para discurssões! É lindo, de sensibilidade tremenda. Vale a pena conferir!

Brincar...


Qual é, então, a característica da verdadeira espiritualidade? É a falta de pensamentos habituais? A devoção pura? A serenidade?
Talvez. Mas será que é desta forma que queremos interagir com os outros? Nos tornamos doces, perfeitos e espiritualmente corretos? Falando exclusivamente em tons baixos e estudados, e contendo artificialmente a nossa personalidade?
Que tédio! Não podemos nos divertir?
Acredito que a verdadeira espiritualidade acontece quando vamos ao encontro do momento num fluido espírito de brincadeira. Brincar é o oposto do inferno, tanto interna como externamente.
Quando brincamos somos ignorantes, num sentido profundo.
Brincar não é apenas se divertir; brincar significa estar presente para o que é, seja sofrimento ou alegria. E brincar só pode acontecer no momento, como a emoção verdadeira. Quando brincamos, os condicionamentos, as mascaras e a reatividade do pensamento se retiram para os bastidores, deixando o placo livre para a diversão. Brincar com as pessoas no momento presente pode transformar o inferno da interação humana em pura alegria, independentemente do que estiver acontecendo.
Isto não quer dizer que a pessoa consciente não seja séria. Só não é solene, pois é seria demais para ser solene. Os autênticos engajados na espiritualidade se revelam pela leveza do ser; eles fizeram o serviço e estão livres para irem ao encontro da cada momento com uma atitude alegre.
Refiro-me a todas as formas de brincar, da mais comum a mais escancarada. Uma das causas da atração que sentimos por atletas, músicos e atores profissionais é que os vemos completamente absortos, brincando no momento. Eles estão em contato com sua alegria passional, intensa e emocional. Entregam-se a plenitude da experiência do aqui e agora.
Os atletas não podem estar no passado ou no futuro, porque pisariam na bola, literalmente. Os músicos não podem estar pensando na próxima nota porque deixariam de vivenciar plenamente a que estão tocando agora. E, no teatro, os atores estão sempre envolvidos com a situação de cada momento.
É este o barato dos artistas: a completa fusão com o presente. Sejam eles atores, atletas ou músicos, todos se perdem (perdem seus pequenos egos) em momentos de brincar. É algo tão forte que gostamos de observá-lo e, enquanto assistimos, também conseguimos perder nosso pequeno ego.
Também podemos vivenciar o brincar na convivência mais corriqueira, ao fazer compras, comer num restaurante ou pegar um táxi. Qualquer troca com outro ser humano é uma oportunidade para brincar e fazer uma conexão, através de um sorriso, um gesto ou uma palavra. Mas isso so pode acontecer quando não estamos obcecados pelo passado, preocupados com o futuro, ou convencidos de que conhecemos o presente.
O jeito é improvisar, a cada momento. Brinque, mexa e ria, com você mesmo e com os outros, ascenda um brilho matreiro nos olhos, até se fazer mais presente. Veja como tudo parece mais vivo. Você esta desperto!

Perceba como nesse brincar o mundo se torna um paraíso.


Arthur Jeon