Marianne Consentino, doutoranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia sob orientação da Profª Drª Sonia Rangel, pesquisa o desenvolvimento de uma metodologia de formação que parte do princípio de que a arte do ator é a manifestação de uma singularidade na coletividade - não a exposição de um “eu” interior e imutável, mas sim de um “eu” que só existe em relação com o outro, que por sua vez é dotado de uma maneira própria e particular de ação. Portanto, o encontro se dá na exploração da diferença, sendo que o estímulo é dado no sentido de honrar essa diferença e lhe dar cabimento, ao invés de expulsá-la, eliminá-la como aberração ou depreciá-la em nome de uma norma comum.
De acordo com Fabio Pascoal, coordenador das Oficinas de Iniciação Teatral ministradas pelo Ponto de Cultura Teatro Experimental de Arte, retomar a dimensão mágica da vida, o autoconhecimento, estabelecer relações mais saudáveis, desenvolver e entender o processo imaginativo e entender a realidade como parte de um processo em construção e assim em permanente mudança são os elementos fundamentais que postulam as iniciativas das Oficinas de Iniciação Teatral propostas pelo TEA.
Em comum, há o desejo de desenvolver uma metodologia de ensino de teatro que estimule a relação entre indivíduos onde o EU só acontece na presença do TU, buscando a atualização no homem no momento presente do encontro, despertando uma experiência de intersubjetividade na qual se busca a abertura para o outro, relativizando o EU e permitindo a invasão pelo outro. O objetivo final é a soma de experiências para um fim comum: utilizar o teatro como um meio de abrir nosso olhar para um mundo de complexidade e sutileza.