sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dois+dois = se7e

No dia 21 de maio de 2010...
Planejei dois exercícios para serem feitos na aula e combinei com os alunos a sequencia deles: "Primeiro faremos um jogo mais tranquilo e depois um mais agitado".

O primeiro foi um jogo provocador de Viola Spolin: Exposição.
No teatro este exercício tem a finalidade de mostrar a importância de ter um foco, um objetivo na cena, para que o aluno/ator sinta-se seguro.
A turma estava agitada e barulhenta neste dia e perdemos muito tempo no primeiro jogo.
Decidi, então, que não faríamos o segundo, que todos estavam esperando anciosos.
Os alunos reclamaram, ficaram chateados...
Então perguntei o motivo que os levou a achar a aula chata e de quem seria a responsabilidade.
A turma chegou a conclusão de que não fizeram o segundo exercício que eles queriam, pela própria falta de disciplina.
Nas aulas seguintes observei uma mudança de comportamento, os alunos se cobram mais e realmente estão mais disciplinados e organizados.
O núcleo de pesquisa, antes do inicio do projeto, havia discutido que uma coisa dita muitas vezes torna-se inaudível. Compreendi que eu não precisava pedir constantemente por silêncio e disciplina, eles perceberam, na prática, a importância disso. A pedagoga e psicóloga Elizabeth Monteiro (2009) refere-se a esse assunto: " A obediência deve nascer da compreensão daquilo que (...) se exige e da qualidade do vínculo afetivo, nunca da imposição da autoridade ou do medo."
E ainda como já bem dizia Aristóteles, não há nada na idéia que antes não tenha passado pelos sentidos, pela experiência.
O teatro como instrumento pedagógico possibilita que o aluno aprenda na prática, antes de ser encharcado de teorias, regras e conceitos. A experiência possibilita a compreensão e a criticidade, elementos fundamentais no processo de aprendizagem.
Minha conclusão está no sentido de que na educação, assim como no teatro, "A ação substitui a falação"(SPOLIN, 2003) e de que o professor deve planejar sua aula, mas estar aberto ao que acontece no momento.
Estamos, realmente, tomados pelo pensamento objetivo e sistemático da ciência, mas o educador deve ter consciência de que o homem não se traduz em matemática. (FOUCAULT, 1999)

Julliana Soares

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"The Queen of Colors"
Espetáculo multimidia da companhia alemã Erfreuliches Theater Erfurt.
Com cinema, teatro e pintura ao mesmo tempo, de forma poética e cheia de fantasia, a peça é uma aventura repleta de idéias, onde tudo explode em cores, com músicos e artistas executando ao vivo a obra de arte.

A Metamorfose
Trabalho de abertura do "METAMORFOSES", projeto desenvolvido pelo Nucleo de Pesquisa/TEA, cujo objetivo esta voltado ao aprofundamento da pesquisa teatral.

Indicação de Filme:

NA NATUREZA SELVAGEM
Após concluir seu curso na Emory University, o brilhante aluno e atleta Christopher McCandless abre mão de tudo o que tem e poderia ter numa bela carreira. Doa todas as suas economias - cerca de US$24 mil - para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho, Christopher se depara com uma série de personagens que irão moldar sua vida para sempre.
Estreitar a visão é diminuir a propria vida, não percebendo toda beleza que existe ao nosso redor.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história.

Nossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Chimamanda Adichie conta a história de como ela encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos.



sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sugerimos: O Contador de Histórias



O Contador de Histórias, filme de Luiz Villaça baseado na vida do mineiro Roberto Carlos Ramos, é a história de como o afeto pode transformar a realidade. Caçula entre dez irmãos, Roberto desde cedo demonstra um talento especial para contar histórias, transformando, com a narrativa, suas próprias experiências de frustração em fábulas cativantes. Aos 6 anos, o menino cheio de imaginação é deixado pela mãe em uma entidade assistencial recém criada pelo governo. Ela acredita estar, assim, garantindo um futuro melhor para seu filho. A realidade na instituição é diferente do que se promovia pela propaganda na TV; e Roberto, aos poucos, perde a esperança. Aos treze anos, após incontáveis fugas, ele é classificado como ‘irrecuperável’, nas palavras da diretora da entidade. Contudo, para a pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), que vem ao Brasil para o desenvolvimento de uma pesquisa, Roberto representa um desafio. Determinada a fazer do menino o objeto de seu estudo, tenta se aproximar dele. O garoto em princípio reluta, mas, depois de uma experiência traumática, procura abrigo na casa de Margherit. O que surge entre os dois é uma relação de amizade e ternura, que porá em xeque a descrença de Roberto em seu futuro e desafiará Margherit a manter suas convicções. O Contador de Histórias foi rodado em Belo Horizonte, São Paulo, Paulinia e Portugal. A atriz franco -portuguesa Maria de Medeiros (Pulp Fiction[bb], Henry & June, Capitães de Abril) interpreta Margherit. Roberto Carlos é interpretado pelos atores Marco Ribeiro (6 anos), Paulinho Mendes (13 anos) e Clayton Santos (20 anos). Denise Fraga assina a produção com Francisco Ramalho Jr..



quarta-feira, 2 de junho de 2010

Alma

Curta de animação exibido para a garotada no primeiro dia de aula esse ano. Gerou vários pontos de vistas e assuntos para discurssões! É lindo, de sensibilidade tremenda. Vale a pena conferir!

Brincar...


Qual é, então, a característica da verdadeira espiritualidade? É a falta de pensamentos habituais? A devoção pura? A serenidade?
Talvez. Mas será que é desta forma que queremos interagir com os outros? Nos tornamos doces, perfeitos e espiritualmente corretos? Falando exclusivamente em tons baixos e estudados, e contendo artificialmente a nossa personalidade?
Que tédio! Não podemos nos divertir?
Acredito que a verdadeira espiritualidade acontece quando vamos ao encontro do momento num fluido espírito de brincadeira. Brincar é o oposto do inferno, tanto interna como externamente.
Quando brincamos somos ignorantes, num sentido profundo.
Brincar não é apenas se divertir; brincar significa estar presente para o que é, seja sofrimento ou alegria. E brincar só pode acontecer no momento, como a emoção verdadeira. Quando brincamos, os condicionamentos, as mascaras e a reatividade do pensamento se retiram para os bastidores, deixando o placo livre para a diversão. Brincar com as pessoas no momento presente pode transformar o inferno da interação humana em pura alegria, independentemente do que estiver acontecendo.
Isto não quer dizer que a pessoa consciente não seja séria. Só não é solene, pois é seria demais para ser solene. Os autênticos engajados na espiritualidade se revelam pela leveza do ser; eles fizeram o serviço e estão livres para irem ao encontro da cada momento com uma atitude alegre.
Refiro-me a todas as formas de brincar, da mais comum a mais escancarada. Uma das causas da atração que sentimos por atletas, músicos e atores profissionais é que os vemos completamente absortos, brincando no momento. Eles estão em contato com sua alegria passional, intensa e emocional. Entregam-se a plenitude da experiência do aqui e agora.
Os atletas não podem estar no passado ou no futuro, porque pisariam na bola, literalmente. Os músicos não podem estar pensando na próxima nota porque deixariam de vivenciar plenamente a que estão tocando agora. E, no teatro, os atores estão sempre envolvidos com a situação de cada momento.
É este o barato dos artistas: a completa fusão com o presente. Sejam eles atores, atletas ou músicos, todos se perdem (perdem seus pequenos egos) em momentos de brincar. É algo tão forte que gostamos de observá-lo e, enquanto assistimos, também conseguimos perder nosso pequeno ego.
Também podemos vivenciar o brincar na convivência mais corriqueira, ao fazer compras, comer num restaurante ou pegar um táxi. Qualquer troca com outro ser humano é uma oportunidade para brincar e fazer uma conexão, através de um sorriso, um gesto ou uma palavra. Mas isso so pode acontecer quando não estamos obcecados pelo passado, preocupados com o futuro, ou convencidos de que conhecemos o presente.
O jeito é improvisar, a cada momento. Brinque, mexa e ria, com você mesmo e com os outros, ascenda um brilho matreiro nos olhos, até se fazer mais presente. Veja como tudo parece mais vivo. Você esta desperto!

Perceba como nesse brincar o mundo se torna um paraíso.


Arthur Jeon